MEIs já podem pagar o DAS no cartão de crédito — mas juros altos exigem atenção redobrada
- Válter Zimmermann
- 29 de out.
- 3 min de leitura
Nova função da Receita Federal facilita o pagamento, mas pode pesar no bolso se o empreendedor não planejar bem o uso do crédito.

A Receita Federal liberou uma nova forma de pagamento do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), a guia mensal obrigatória de todo Microempreendedor Individual (MEI). Agora, o imposto pode ser pago também por cartão de crédito, o que amplia as opções e traz mais praticidade ao dia a dia do empreendedor.
Com essa mudança, o MEI pode parcelar seus débitos em até 12 vezes no cartão, inclusive valores em atraso. É uma medida que promete ajudar quem precisa regularizar pendências e manter o CNPJ ativo e em dia com a Receita. No entanto, a facilidade vem acompanhada de um alerta importante: os juros cobrados nas transações com cartão são altos e podem comprometer o equilíbrio financeiro do negócio.
De acordo com especialistas em contabilidade para MEIs o novo formato é positivo, mas deve ser usado com responsabilidade. “Os juros do cartão de crédito podem ultrapassar os 30% ao ano, dependendo da operadora e do número de parcelas. Por isso, o empreendedor precisa avaliar com muito cuidado antes de optar por essa forma de pagamento”, explica.
Antes dessa novidade, o pagamento do DAS só podia ser feito com cartão de débito e exclusivamente pelo Banco do Brasil. Agora, a Receita Federal ampliou a funcionalidade para outras instituições financeiras, o que traz mais liberdade ao MEI. Ainda assim, o uso do crédito deve ser pensado como último recurso, não como prática recorrente.
O parcelamento via cartão pode ser uma saída emergencial para quem precisa evitar a exclusão do Simples Nacional ou garantir seus benefícios previdenciários, como aposentadoria e auxílio-doença. Porém, o ideal é que o empreendedor organize suas finanças mensais para não depender do crédito.
Uma alternativa mais segura é o parcelamento oficial do Governo, disponível no próprio sistema da Contabiliza MEI. Nessa modalidade, os encargos são bem menores: multa de até 20% e juros pela taxa Selic acumulada — o que representa, em média, 10% a 12% ao ano, bem abaixo do custo do cartão.
Já no cartão de crédito, o custo pode chegar a quase três vezes mais, sem contar o risco dos juros rotativos em caso de atraso da fatura. Ou seja, o que começa como uma solução rápida pode se transformar em uma dívida de longo prazo, especialmente para quem já tem dificuldades de controle financeiro.
Outro ponto importante é que o MEI agora também pode pagar o DAS via PIX, diretamente no Portal do Empreendedor. Essa opção é rápida, segura e sem juros, sendo uma das formas mais indicadas para manter a regularidade do negócio sem comprometer o orçamento.
Manter o DAS em dia é fundamental para que o MEI continue tendo acesso aos direitos previdenciários, emita notas fiscais e mantenha o CNPJ ativo. Por isso, é importante adotar rotinas simples de organização, como anotar o vencimento da guia (dia 20 de cada mês) e deixar o valor reservado no orçamento mensal.
Em resumo, o cartão de crédito pode ser um aliado em momentos pontuais, mas o planejamento financeiro continua sendo o melhor caminho. A nova funcionalidade da Receita Federal é um avanço, sim, mas o uso consciente é o que garante que o benefício não se transforme em problema.
Se o MEI quiser orientação sobre qual caminho seguir, a Contabiliza MEI está pronta para ajudar. Nosso time de especialistas acompanha cada detalhe da contabilidade do MEI, garantindo que você fique em dia com a Receita e mantenha seu negócio seguro e regularizado.



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